O que é mamografia da alta resolução?
É um exame radiológico que é parte fundamental do que se poderia chamar de “preventivo das mamas” e, até os dias de hoje, é o que se tem de melhor para detectar alterações que não são perceptíveis clinicamente nem por outros exames, inclusive a ressonância magnética.
Quais os outros elementos que compõem o “preventivo” das mamas?
São o exame clínico que sempre deve ser feito pelo seu ginecologista ou mastologista a cada 6 meses e o auto-exame das mamas que deve ser realizado mensalmente.
Porque não fazer apenas mamografia?
A mamografia de alta resolução é o que se tem de melhor para detecção precoce do câncer mamário. No entanto, ela, como qualquer outro exame, tem as suas limitações.
Por exemplo, nas mulheres com mamas densas, um nódulo pode ficar oculto na mamografia.
E o que são mamas densas?
São mamas que tem muito tecido glandular que é o responsável pela produção do leite materno. O tecido glandular aparece como áreas mais claras na mamografia de alta resolução. Um nódulo também tem tonalidade mais clara e, dessa maneira pode ficar oculto pelo próprio tecido mamário normal.
É importante ressaltar que o fato de ter mamas densas não é sinal de anormalidade.
É apenas um dos aspectos normais que as mamas podem ter na mamografia.
A mamografia é útil nas pacientes com mamas densas?
SIM, pois mesmo em mamas densas, existem outras alterações, até mesmo mais importantes do que nódulos em relação de diagnóstico precoce do câncer mamário, que SOMENTE A MAMOGRAFIA pode mostrar.
Nenhum outro exame é capaz de mostrar essas outras alterações, nem mesmo a ressonância magnética.
Como é possível contornar as limitações da mamografia?
Com duas medidas muito simples: auto-exame e exame clínico.
Por isso o “preventivo das mamas” deve incluir SEMPRE esses dois elementos além da mamografia de alta resolução.
Qual o objetivo do auto-exame?
Primeiro, é necessário saber que toda a mama normal tem uns caroçinhos que correspondem às glândulas que produzem o leite materno.
O objetivo do auto-exame não é distinguir os nódulos verdadeiros dos caroçinhos normais.
O único objetivo do auto-exame é detectar o surgimento de alterações que não existiam anteriormente nas mamas.
Quando fazer o auto-exame das mamas ?
O auto-exame deve ser feito mensalmente, uma semana após o início da menstruação ou em qualquer dia escolhido pela paciente, caso ela esteja na menopausa.
Com o tempo, você poderá perceber com maior facilidade do que qualquer outra pessoa pequenas alterações nas suas mamas e, então será possível esclarecer mais precocemente qualquer dúvida que eventualmente venha a surgir.
Porque não fazer o auto-exame diariamente?
As mamas sofrem grande influência dos hormônios femininos, seja naturalmente durante o ciclo menstrual ou pela reposição hormonal que comumente é feita na menopausa.
Dessa forma, suas mamas se alteram durante o mês e a sensação que você terá ao examiná-las no primeiro dia do ciclo pode não ser a mesma no décimo quinto ou no vigésimo.
Se você fizer o auto-exame várias vezes por mês, você perderá a referência do que é normal e, então, de nada vai adiantar o auto-exame.
Um outro risco é a mulher perceber uma alteração normal provocada pelos hormônios e achar que alguma anormalidade está surgindo. Isso pode provocar sustos e preocupações desnecessárias.
Porque é importante guardar e trazer as mamografias antigas?
Geralmente, um nódulo começa apenas como uma pequena área de maior densidade no parênquima mamário totalmente indistinguível de uma área de tecido glandular normal.
A única forma de se perceber essas pequenas alterações é a comparação com mamografias anteriores.
Dessa forma, as mamografias antigas são uma arma valiosa que podem beneficiá-la. Sempre guarde suas mamografias, mesmo que tenham resultado normal e guarde-as onde seja fácil achar.
Como todo e qualquer exame, elas lhe pertencem e devem ficar com você. Se deixá-las no consultório de seu médico, não esqueça de pegá-las de volta assim que possível.
Às vezes, com o intuito de “testar” o resultado de uma mamografia anterior, a paciente não traz o exame prévio e com isso se coloca em situação de risco desnecessário.
O radiologista não precisa do exame anterior para copiar o laudo e facilitar seu trabalho. Ele precisa dos exames antigos para lhe oferecer o melhor à paciente.
O fato de estar menstruada pode atrapalhar o resultado da mamografia ?
Sim. Especialmente no período pré-menstrual, as mamas costumam ficar mais doloridas e, entre outros fatores pode ficar mais difícil aplicar a compressão necessária durante o exame. Como a mamografia é feita com compressão, poderá ser mais desconfortável se você vier fazê-la nessa época.
Por isso, caso você tenha mamas que ficam muito doloridas antes da menstruação, é melhor agendar sua mamografia entre uma e duas semanas após o início da menstruação.
Mas com todo a evolução tecnológica que existe porque é necessária a compressão durante a mamografia?
A compressão é necessária para dar o máximo de nitidez à mamografia permitindo a detecção das alterações mais precoces relacionadas ao câncer mamário.
Além disso, uma boa compressão reduz a dose de raios-x necessária para fazer o exame.
Uma mamografia realizada com grau insuficiente de compressão pode ser mais confortável mas certamente será menos confiável podendo não detectar até mesmo alterações grosseiras.
A ultra-sonografia é melhor do que a mamografia ?
Infelizmente não. Apesar de mais confortável e aparentemente mais sofisticada, a ultra-sonografia não detecta uma série de alterações visíveis na mamografia e é na maioria das situações um complemento daquela, jamais a substituindo como exame preventivo.
Mais uma vez: o preventivo das mamas se baseia em auto-exame + exame clínico + mamografia de alta resolução.
Dr. Eduardo Nadruz
Sérgio Franco – Medicina diagnóstica
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